Como gostava de poder voar até ti para ser embalada nos teus braços grandes e fortes. Ouvir-te dizer a falta que te faço, as saudades que tens de mim e o quanto gostas de mim.
Às vezes chamo-me estúpida. Porque razão com tantos rapazes, e bons rapazes até, que vivem perto de mim, tinha logo que ceder a esses teus olhos grandes e brilhantes que só posso contemplar tão de vez
Afinidade à primeira conversa, é assim que caracterizo o nosso primeiro encontro, inesperado e intenso. Eu entrei na sala, estava molhada da chuva que se fazia ver e sentir lá fora. O ambiente estava cheio. Os olhos eram invadidos por luzes fortes e coloridas. O nariz repelia o cheio do tabaco que queimava. Os ouvidos penetrados pela música alta. O corpo tentava passar, apertado, por entre a multidão de pessoas. E todo aquele ambiente parecia sumir-me enquanto os meus olhos não focavam outra coisa se não os teus olhos brilhantes. Não foi amor à primeira vista, já te tinha visto antes. Pensando bem, talvez não te tivesse visto, mas sim olhado, e isso faz toda a diferença.
Relações à distância suportadas por novas tecnologias da comunicação, essas sem dúvida que nos facilitam a vida. Sempre julguei essas relações impossíveis, mas contigo quero acreditar que são possíveis. Sei que não é fácil, somos tão jovens, tão verdes, tão ingénuos e imaturos. Talvez o nosso amor também seja assim, e talvez não resista ao imponente obstáculo da distância.
Gostava de escrever um texto bonito. Escrever com a facilidade de andar ou correr. Escrever um texto repleto de emoções, daqueles que deixam os olhos de quem o lê cheios de lágrimas. Escrever como Pessoa ou Camões, como Sophia de Mello Brayner ou Saramago.
Percorrer montanhas verdes sob o céu azul que se reflecte nas frescas águas dos ribeiros, cujo som do bater nas pedras, juntamente com o cantar das aves completa toda uma harmonia vivida no pensamento. Imaginar histórias de reis que não o sabem ser, que perversos correrem para debaixo das saias das aias. Ser outro que não eu, idealizar-lhe a figura, sentir-lhe os sentimentos, escrever seus pensamentos.
Escrever, mas o sumário da aula, as conclusões matemáticas, a síntese d’Os Lusíadas ou a construção da identidade. Escrever sim o que sai, quando sai, sem ter preguiça de pegar na caneta. Escrever para mim, para rasgar, para os meus, para os outros.
Encher um caderno de palavras, agrupá-las dando-lhes significado, modela-las com emoções e afectos, para depois serem descobertas, exploradas, admiradas.
Ter coragem para escrever mesmo sabendo que nenhum dos meus textos vai constar dum manual ou dum livro com o meu nome na capa.
Escrevo para mim, para quem me quiser ler.
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